quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Propaganda de Medicamentos no Brasil - um discurso pra lá de persuasivo!

                                             

Há tempos alguns questionamentos fazem parte da vida dos brasileiros, sobretudo daqueles que se preocupam com a saúde desse povo.
 O medicamento deve ser considerado um, produto industrial submetido às lógicas comerciais de modo que a demanda social criada induza o seu consumo?
 Medicamento é mercadoria comum? Doente pode ser visto como um consumidor qualquer?
Farmácia é supermercado? ‘’Vale tudo’’ na propaganda de medicamentos para se vender mais?
 A resposta mais lógica a todos esse questionamentos seria: NÃO. Mas não é bem assim que acontece no Brasil.
 A falta de ética faz com que a população brasileira seja grande vítima da saúde. A indústria farmacêutica, que investe milhões em pesquisas buscando a cura das pessoas, é a mesma que não mede esforços ao recorrer a todo tipo de marketing e propaganda para esvaziar as das prateleiras das farmácias.
 Em quem confiar? Se até mesmo grande parte dos pesquisadores e médicos questiona-se, com os altos investimentos em centros de pesquisa, patrocinado pela indústria farmacêutica?
 Como se não bastasse o poder da indústria farmacêutica em altos investimentos de marketing, ela encontra como parceira a mídia de massa, que legitima algumas informações e divulga muitas vezes, sem responsabilidade, medicamentos a leigos, que não deveriam receber determinada informação sem orientação do profissional da saúde.
 Mas existe preocupação na questão da venda dos medicamentos para curar determinada doença, alguns especialistas têm se preocupado com a questão da venda desenfreada de medicamentos causada pelo próprio uso desnecessário de medicamentos, ou seja, de substâncias utilizadas em alguns medicamentos que geram dependência, até mesmo no caso das doenças de fundo psicológico,que em algumas pesquisas comprovou a eficácia do placebo (a pílula constituída de farinha). A ausência do médico, ou o pouco tempo de dedicação do mesmo ao paciente pode gerar um estímulo ao consumo de determinado medicamento. Dez minutos de consulta e diversas prescrições médicas, podem acelerar o processo de automedicação.
 O marketing da dor não deixa dúvidas quanto aos altos investimentos em propaganda. O discurso persuasivo da propaganda de medicamentos está presente na mídia de massa através de frases, expressões, enfim palavras que produzem efeitos fantásticos, principalmente quando repetimos em: rádios, emissoras de televisão, revistas, outdoors e até no material de ponto de venda das farmácias e drogarias; nas revistas semanais, destaca na capa a chegada de novas drogas que prometem curas milagrosas; no rádio, patrocinando os locutores líderes de audiência e programas jornalísticos de muita credibilidade, nos outdoors anunciando anti-stress, vitaminas, xaropes e fortificantes; na televisão, com os testemunhais de artistas famosos interpretando papel persuasivo e médicos utilizando sua própria imagem para propagar determinado medicamento.
 As estratégias mercadológicas utilizadas pela indústria vão desde visitas de propagandistas aos consultórios, farmácias, drogarias e hospitais, à distribuição de brindes e premiação aos envolvidos diretamente na venda dos medicamentos: farmacêuticos e balconistas.
As promessas de cura se multiplicam e a sensação de reagir a elas é de total impotência.
Mas vale destacar uma herança histórica e cultural. Ao pesquisar a história da propaganda no Brasil, nota-se que os primeiros anunciantes potencialmente conhecidos, foram os medicamentos. Dos cartazes em bondes, aos primeiros anúncios de revistas , a promessa de cura sempre acompanhou a propaganda de medicamentos.
 Mesmo hoje, com fiscalização, com o controle da ANVISA, ainda há de se preocupar com a linguagem persuasiva utilizada na propaganda de medicamentos de venda livre. ‘’Tomou Doril, a dor sumiu’’ é uma frase de efeito, portanto um slogan que envolve uma série de implicações, não apenas éticas, já que se trata de medicamento e não de mercadoria comum, mas de um discurso que envolve promessa.
 As palavras, quando utilizadas na propaganda de medicamentos, deveriam assumir um compromisso com o consumidor, provável doente, fragilizado! O fato de ser utilizada como instrumento persuasivo não anula a responsabilidade com o social.

fonte:http://www.comunicasaude.com.br/revista/02/artigos/artigo8.asp
Paula Renata Camargo de Jesus, doutorada em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP e pesquisadora em Comunicação e Saúde. Professora das universidades: UNISANTA, de Santos e IMES, de São Caetano do Sul/ Brasil.
Postada por Taingred

1 comentários:

edettataake disse...

T1 Stainless Knuckles - Stainless Knuckles for Blades
T1 titanium exhaust tubing Stainless titanium trim walmart Knuckles - Stainless Knuckles for Blades titanium wedding bands and Blades for Blades and Blades. Made titanium or ceramic flat iron by the T1 Stainless Knuckles, this Blades will titanium white fennec give you an unbeatable

Postar um comentário